Pluma, Mauro Pereira-Silva

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Pluma, Mauro Pereira-Silva
Escritor Mauro Pereira-Silva

Pluma

Estou quase certo de que havia uma luz em frente e um antigo poste desenhado por mestres artesãos, onde um dia colei uma massa de chiclete mastigado.

Fiquei parado no meio da rua olhando uma lua linda enquanto os carros passavam buzinando e tremeluzindo. Fui para perto dela, a menina loira de olhos claros, e ela me olhou por cima do ombro como se dissesse: sai, moleque atrevido, você é quase nada, arreda o pé. 

Olhei para seu vestido, seus joelhos lindos e alvos que escondiam segredos além de mim e da fogueira. Estou quase certo de que havia uma luz em frente, onde seu Olívio, Dona Maria, Dora, meus amigos, me observavam, tentando descobrir em mim a dor do amor que nascia, tão leve e tão suave

como o voo de uma rolinha, ainda em pluma.