Justine, Os Sofrimentos da Virtude, Marquês de Sade, Círculo do Livro, Capa Dura, 1991

Compre aqui o livro Justine, Os Sofrimentos da Virtude, Marquês de Sade, Círculo do Livro, Capa Dura, 1991 e pague em até 10x com Mercado Pago.

Justine, Os Sofrimentos da Virtude, Marquês de Sade, Círculo do Livro, Capa Dura, 1991
Justine, Os Sofrimentos da Virtude, Marquês de Sade, Círculo do Livro, Capa Dura, 1991

Compre a pague com Mercado Pago.

Envio imediato para todo o Brasil.

...

Usado, Círculo do Livro, Edição 1991, 263 Páginas, Capa Dura, Formato 14x21 cm.

Corte amarelado pelo tempo.

Miolo sem rasgos ou rabiscos. 

 

SINOPSE

Foucault observou, em vá­ri­as ocasiões, que Justine está para a modernidade como Dom Quixote para o barroco. Ao ler as relações entre o mundo e a linguagem à maneira do século XVI, isto é, pelo viés da semelhança, Quixote vê castelos nas estalagens e damas nas campo­ne­sas. Aprisiona-se, incons­cientemente, no mundo da pura representação; mas, como essa representação só tem por lei a similitude, a equação reveste a forma irrisória do delírio, tornando o herói uma simples personagem de um livro que não leu e cujo destino lhe é imposto, na galhofa, pelos outros. Em Justine assistimos ao momento de declínio desse mesmo movimento. Não se trata mais do triunfo irônico da representação sobre a semelhança, mas da violência do desejo, quebrando os limites da representação.

Justine é um libelo contra os philosophes. Não defende nem o livre exame nem a liberdade de costumes, mas a servidão da razão aos desejos, ou seja, ao poder. Ao elaborar uma teoria da libertinagem, Sade é consciente de que os homens não são livres mas dependem do desejo (de um desejo). Como tal, o marquês tende uma ponte com a linha devassa e quebrada de Goya, graças à qual descobre-se o vazio do irrisório. Por isso, certamente, Lacan via, em Sade, o complemento de Kant. Aí onde o filósofo mandava abstrair o corpo e tomar o outro sempre como meio e nunca como fim, o moralista, pelo contrário, escolhia o outro sempre como objeto e jamais como fim altruísta. Talvez nessa crítica da Estética, como ciência universal do belo, se insinue uma reivindicação da Poética, como livre domínio da linguagem e dos afetos, uma questão absolutamente contemporânea.