1903 - Vista do Viaduto do Chá em 1903 (São Paulo)

Conhecida como “Chácara do Chá”, localizada no “Morro do Chá”

1903 - Vista do Viaduto do Chá em 1903 (São Paulo)

Antes da construção do Viaduto do Chá, o Vale do Anhangabaú era separado pelo rio de mesmo nome dividindo a região.

A área pertenceu ao Barão de Itapetininga, uma propriedade herdada de seu tio, Coronel Francisco Xavier dos Santos, conhecida como “Chácara do Chá”, localizada no “Morro do Chá”, cujos limites eram a Rua Líbero Badaró e todo o Vale do Anhangabaú, Largo da Memória, Rua Sete de Abril, Avenida Ipiranga e Praça da República, indo até a Avenida São João e daí até a Rua Líbero Badaró novamente.

No ano de 1862, a Câmara Municipal foi autorizada a abrir uma rua que fizesse a ligação entre a Praça da República e a Rua Formosa. Em 1875, parte das terras foi desapropriada no "Morro do Chá", para a abertura da rua que deveria se chamar “Rua do Chá”. Em 7 de maio de 1875, o vereador José Homem Guedes Portilho propôs que recebesse o nome de "Rua Barão de Itapetininga”, o que foi aprovado.

O Viaduto do Chá tinha início na Rua Direita e terminava na Rua Barão de Itapetininga, na região conhecida como Morro do Chá (que ganhou esse nome por causa de inúmeras plantações de chá preto que havia na área; como originalmente era plantada na Índia, uma possessão inglesa, também era conhecida como chá-da-índia),[onde hoje se encontram os distritos da República e da Consolação.

Os moradores do morro costumavam ter dificuldades para se locomover da atual Rua Líbero Badaró para o lado em que se localiza o Theatro Municipal: era preciso descer a encosta pela Rua Doutor Falcão Filho até o Largo do Piques, atravessar a Ponte do Lorena sobre o Ribeirão do Anhangabaú e, na Ladeira da Memória, seguir pela Ladeira do Paredão, atual Rua Coronel Xavier de Toledo.

Na Líbero Badaró, havia ainda a chácara e a casa da viúva do Barão de Itapetininga, que se casou com o Barão de Tatuí. Estes se opunham à construção do viaduto. E houve uma demanda judicial que durou alguns meses, que por fim deu ganho de causa ao Município. No mesmo dia, o povo, com picaretas e marretas, iniciou a demolição do solar, expulsando o casal da moradia.

Onde se localiza o Theatro Municipal era a serraria do alemão Gustavo Sydow, em terras que faziam parte da Chácara do Barão de Itapetininga, que foi loteada após o falecimento do mesmo.