1926 - Industriais de origem árabe em São Paulo

Na foto: Demetrio Calfat, Salim Racy, Basílio Jafet, Assad Bichara, Jorge Maluf, Cali Andraus, Bichara Moherdaoui

1926 - Industriais de origem árabe em São Paulo
1926 - Industriais de origem árabe em São Paulo

O Imperador D. Pedro II, após efetuar uma viagem diplomática ao Oriente Médio, mostrou-se fascinado pela cultura local e pela cordialidade do povo árabe. Consta que, por meio do Imperador, as primeiras levas de imigrantes árabes foram atraídas para o Brasil.

Entre 1884 e 1933, 130.000 sírios e libaneses entraram no Brasil pelo Porto de Santos - 65% deles eram católicos (católicos maronitas e católicos melquitas), 20% eram ortodoxos orientais e 15% eram muçulmanos (xiitas, sunitas e drusos).

Muitos árabes tornaram-se mascates no Brasil, percorrendo as grandes cidades e as fazendas do interior para vender seus produtos. Com o passar do tempo, passaram a fundar pequenas lojas de comércio (armarinhos) nos centros urbanos e prosperaram. Ficaram conhecidos como "turcos", pois, no início da imigração, sírio-libaneses eram cidadãos (árabes) do Império Turco-Otomano.

Muitos árabes emigraram por motivos religiosos. A maior parte dos imigrantes era de cristãos, pois estes passavam por certas privações sob domínio otomano. Também havia fatores econômicos, sobretudo ligados à escassez de terras no Oriente Médio. 

A opção de grande parte dos árabes no Brasil foi pelo comércio. Embora muitos dos imigrantes fossem de origem camponesa, a miséria que enfrentavam no meio rural no Oriente Médio fizeram com que os árabes preferissem se estabelecer no meio urbano brasileiro. Assim, muitos deles tornaram-se mascates. Os mascates eram vendedores que perambulavam pelas cidades brasileiras, vendendo seus produtos. Após acumularem dinheiro, montavam suas próprias casas comerciais e posteriormente sua própria indústria. Uma pesquisa de 1907 em São Paulo e no Rio de Janeiro mostrou que 80% das lojas de sírios e libaneses eram de tecidos a varejo e armarinhos. Com o aumento do processo de substituição de importações, muitos árabes prosperaram no meio industrial brasileiro.